domingo, 17 de abril de 2011

O treinamento da velocidade

Por Rafael Camilo Godoi




A velocidade se caracteriza como sendo uma capacidade física determinante na performance dos atletas de modalidades coletivas. Qualquer ação específica, seja ela defensiva ou ofensiva, requer muita velocidade em sua realização, o que justifica a preocupação em desenvolver esta capacidade física de forma eficiente.
No Basquetebol moderno, devido ao seu dinamismo, a velocidade entra como capacidade fundamental nas execuções técnicas e táticas durante as partidas. Hoje, todo atleta, seja ele pivô, armador ou lateral, deve ter sua velocidade muito bem aprimorada para realizar as ações específicas da posição. Vale lembrar que dentro da especificidade do Basquetebol, um atleta não chega a atingir a velocidade máxima devido ao tamanho da quadra, sendo manifestada apenas a aceleração e reação.
Para o desenvolvimento da velocidade, existem algumas considerações a serem levadas. Estas considerações são essenciais para que o treino de velocidade seja bem organizado e se reverta em resultados. Segue logo abaixo.

COMPONENTES DA VELOCIDADE

Primeiramente é preciso saber quais são os componentes que constituem a velocidade. São eles: rapidez; força; flexibilidade; resistência; coordenação.
Dentro do componente rapidez existem duas fases, que são: a rapidez de ação motora e rapidez de movimento.
A rapidez de ação motora representa a capacidade do atleta em reagir ou executar um movimento o mais veloz possível. Já a rapidez de movimentos se refere à freqüência de movimentos realizados pelo indivíduo. Esse componente é, em grande parte, definido pelo genótipo dos atletas, sendo pouca a modificação promovida pelo treinamento.
 A Força, especificamente a força explosiva, é fundamental para a melhora do nível de velocidade de um atleta. A potência muscular influência diretamente na aceleração nos primeiros momentos do deslocamento em alta velocidade e o melhor método para ser desenvolvida é o pliométrico, ou treinamento de choque como também é chamado.
 Outro componente importante é a flexibilidade.  Um bom nível de flexibilidade significa maior amplitude de movimento, ou seja, um aumento no tamanho da passada do desportista, o que é fundamental para um melhor rendimento.
Resistir a um ritmo intenso de trabalho é fator determinante na performance. A resistência é fundamental, pois condiciona o atleta a realizar ações motoras de alta intensidade por maior tempo sem que seu rendimento sofra queda.
E por ultimo, mas não menos importante, a coordenação. Este componente da velocidade é primordial dentro de seu contexto, pois uma boa técnica é primordial durante o processo de deslocamento em alta velocidade.

PERÍODOS SENSIVEIS PARA O TREINAMENTO DA VELOCIDADE

Algumas considerações em relação à idade e períodos sensíveis de desenvolvimento da velocidade deve ser atentamente respeitadas e estudadas. Alguns estudiosos colocam que a idade onde o indivíduo está mais suscetível aos ganhos em velocidade é entre 9 aos 14 anos, sendo aprimorada posteriormente na puberdade com o aumento da força, resistência, coordenação e etc.
A flexibilidade ( componente importantíssimo para a velocidade) possui seu pico de desenvolvimento na infância e adolescência, tendo valores diminuídos ao longos dos anos da vida adulta.

METODOLOGIA NO TREINAMENTO DA VELOCIDADE

O desenvolvimento da velocidade ocorre somente ante as algumas condições. São elas.

  • A melhora da velocidade só acontece na ausência de fadiga, e seu treinamento deve ser realizado quando as fontes de energias predominantes e fatores neuromusculares estiverem em totais perfeitas condições;

  • Intervalo entre repetições e entre séries, volume e intensidade no treinamento são variáveis importantíssimas e não podem ser desprezadas;

  • Todas as ações que visam o desenvolvimento da velocidade devem ser realizadas em máxima potência de trabalho pelo atleta;

  • Meios e métodos que visam impor uma resistência externa com o intuito de otimizar os ganhos em velocidade, devem ser analisados e aplicados cuidadosamente para que não haja danos nos aspectos técnicos;

  • Para o desenvolvimento da velocidade na infância e pré-adolescência, os melhores métodos são aqueles baseados em jogos e brincadeiras que estimulam a velocidade máxima nas execuções dos movimentos;

  • A variação dos meios e métodos de treino, como também o aumento progressivo da carga de treinamento, mantém o nível de adaptação constante impedindo a estagnação nos ganhos em velocidade.




Estas foram algumas considerações sobre o treinamento e desenvolvimento da velocidade no desporto. Em breve mais alguns posts.


Abraço e bons treinos!




GOMES, A. C. Treinamento Desportivo: Estrutura e Periodização 2 ed. Artmed. Porto Alegre, 2009


VERKHOSHANSKY, I.V. Força: treinamento de potência muscular – método de choque. Londrina: Centro de Informações Desportivas, 1998.




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