No masculino, o sorteio das
chaves para os Jogos Olímpicos de Londres colocou o Brasil no grupo B ao lado
de Espanha, Austrália, China, Grã Bretanha e uma das equipes classificadas no
Pré-Olímpico Mundial que será realizado em julho, na Venezuela e que, provavelmente,
será uma das equipes europeias que disputarão o referido torneio (Rússia,
Lituânia, Grécia, na minha opinião)
O grupo A será formado por
Estados Unidos, França, Argentina, Tunísia e duas equipes classificadas no
Pré-Olímpico Mundial.
A princípio, o Brasil ficou
em um grupo um pouco mais tranquilo e que pode nos levar a uma boa
classificação, fugindo do temido quarto lugar, o que nos colocaria em um
confronto contra os norte-americanos logo na fase seguinte do torneio.
Mas tudo isso é teoria e
especulação. O fato é que a competição será dura e nossa equipe terá que estar
muito bem preparada para enfrentar todo e qualquer adversário que aparecer pela
frente.
Assim como no post que
falava do feminino, trago aqui a opinião de especialistas que estiveram lá,
como atletas e técnicos. A base para as opiniões foi a mesma:
O que achou do sorteio?
Quais as chances do Brasil?
Quais os possíveis
medalhistas
Vamos às opiniões:
Nilo Guimarães (ex-atleta,
participou dos Mundiais de 1982 e 1986 e dos Jogos Olímpicos em 1984):
Não sei qual a sexta equipe,
que completara a chave, mais acredito
que temos ótimas condições de fugir do 4o. lugar na classificação, que é o que
interessa, pois os EUA sempre se apresentam com equipes fortíssimas e o
cruzamento na segunda etapa é determinante para perdermos a chance de medalha.
Pela maneira que o Brasil se apresentou no Pré-Olímpico, faz agente acreditar
em uma equipe competitiva e vitoriosa. Coloco os EUA, Espanha, Argentina como
possíveis mealhistas e o Brasil pode estar nesse bloco e surpreender.
José Medalha (técnico nos
Jogos Olimpicos de 1992, em Barcelona e assistente técnico em Seul, em 1988)
Em relação ao sorteio creio
que os dois grupos estão bem distintos . Um muito difícil o A com apenas a Tunísia descartada. O grupo
B com Espanha grande favorita seguida do Brasil a meu ver. Mas ha um equilíbrio
entre os demais, com exceção creio da Grã-Bretanha que deve ser a ultima.
China corre por fora, bem como a
Austrália, além do país que virá do Pré-Olímpico da Venezuela. O problema
existe na fase seguinte que é de mata-mata. Às vezes cair num grupo mais
difícil passa a ser vantajoso, pois os adversários da outra fase são
considerados como pertencentes a um
nível mais inferior, o que torna a fase de mata-mata não tão decisiva. Quanto
as chances do Brasil, como ex-técnico vou me abster desse prognóstico, torcendo para que possamos sair entre os dois
primeiros no grupo B para termos mais chances adiante. Possíveis medalhistas: Ouro =
EUA; Prata/Bronze (em ordem alfabética) = Argentina, Brasil,
Espanha, França, Lituânia e Rússia).
Luis Cláudio Menon
(Participou de três mundiais – Campeão em 1963, 1967 e vice-campeão em 1970 e
nos Jogos Olímpicos de 1968 e 1972)
O fato de não termos que
enfrentar os americanos nos coloca numa posição mais confortável. Porém, temos
a Espanha como grande força, a Austrália que sempre oferece muito trabalho e a
China, que é uma incógnita. Vale lembrar que nos dois grupos teremos a presença
das equipes que estão disputando o Pré-Olímpico Mundial. Em minha opinião
Grécia, Rússia e a Lituânia serão grandes adversários e os prováveis
classificados. Gostaria de ressaltar que na competição olímpica todos os jogos
serão “pedreira”. Entretanto, observo a nossa equipe em ascensão, com bons
jogadores e, claro, com grandes possibilidades. Na minha ótica, a medalha de
ouro será dos americanos se conseguirem enviar a maior força. Fiquei sabendo
que o Derrick Rose não poderá atuar por cirurgia no joelho. Mas com outras
feras, como Kevin Durant, continuarão favoritos. Na sequência, a Espanha,
Argentina, que não é a mesma, mas deve ser respeitado, o Brasil e os prováveis
classificados do Pré-Olímpico, Rússia e Grécia estarão brigando por medalhas.
Sérgio Machado – Macarrão
(Medalha de Bonze, em 1964)
À primeira vista, estar no
grupo com equipes menos fortes parece bom. Mas o outro grupo ficou muito forte
e até o quarto é pedreira. Acho que ficou difícil para a Argentina, e qualquer
quarta de final vai ser duríssima para nós. De bom, só não pegar os EEUU. Em
Jogos Olímpicos todos os jogos são difíceis. Tudo pode acontecer. Espero que o
time chegue lá treinado, inteiro e em paz.
Wlamir Marques (Bi Capeão
Mundial em 1959 e 19563; Medalha de Bronze nos Jogos Olímpicos de 1960 e 1964)
Confesso que não gosto de
fazer previsões, ainda mais se tratando de uma modalidade hoje muito
equilibrada ao redor do mundo. O jornalista sempre encontra nesses meandros
motivos para especular resultados, analisar os prováveis confrontos, supor os
mais fracos e os mais fortes, citando até os prováveis medalhistas, afinal isso
é jornalismo. Sinceramente não é do meu feitio analisar por esse ponto, quando
a especulação cria falsas expectativas nem sempre favoráveis à realidade.
Talvez pela longa experiência olímpica, prefiro por enquanto permanecer com os
pés no chão, até porque os grupos não estão definidos, quando ainda há um
pré-olímpico a ser disputado, imaginando que sairão dali três seleções
europeias muito fortes. Parto do principio que qualquer comentário especulativo
seria como arremessar no escuro, quando ainda não sabemos qual será a
composição da nossa própria seleção e a de outros países que vivem os mesmos
problemas com os seus jogadores na NBA. Mas nesse imbróglio existem algumas
certezas, uma delas é que vamos ter que enfrentar a Espanha. Quem ganha esse
jogo? Alguém ousa afirmar o resultado? Pelo retrospecto vence a Espanha, pelo
menos é a palavra do momento, mas hoje eu não garanto que isso possa acontecer com
tanta certeza. Afinal o que esperar desse jogo? Por enquanto nada, isso só
veremos no dia, ou não? Austrália, adversário muito forte, já nos pregaram
algumas surpresas ao redor do tempo. Como imaginar por antecipação que sairemos
em segundo no grupo menosprezando a Austrália, quem pode garantir um resultado?
É jogo chato e difícil, vamos ter que jogar muito bem para vencê-los. A China vem de um patrocínio olímpico em 2008
e nota-se uma crescente evolução em todas as modalidades, inclusive no basquete
masculino, quando a moleza em vencê-los não existe mais, é jogo complicado. Grã
Bretanha, não há como imaginar alguma coisa em relação ao basquete inglês, pois
não há nenhum retrospecto comparativo, mas jogando em casa pode ser um
adversário de respeito. E aquela seleção vinda do pré-olímpico? Será que ela é
tão fraca a ponto de acharmos que sairemos em segundo ou primeiros do grupo?
Como devem ter percebido, o meu comentário possui muito mais duvidas do que
certezas. Baseado nisso dá prá imaginar outra situação ou os favoritos sempre
vencem? Favorito para mim só os EUA, mesmo assim se levarem os melhores
jogadores da NBA, caso contrário dançam como já aconteceu em Atenas em 2004 e
em alguns recentes mundiais. Precavido, me reservo o direito de aguardar as definições
das seleções e dos grupos, quando este último sorteio foi de cartas marcadas,
mas o que virá pela frente não será mais. A tarefa será dura e difícil para
todos, até que nos mostrem o contrário.
Agora é esperar pela
convocação da seleção, torcer para que a preparação seja adequada e todos os
convocados estejam em condições e preparar o coração.
Dá-lhe Brasil!!!
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