sexta-feira, 5 de julho de 2013

Nome de rua faz homenagem a Matheus Raschen



Previsão é que a antiga “Rua Projetada 4”, em Campo Mourão, no Paraná, receba a placa com o nome do jovem até o final deste mês

Da cidade paranaense de Campo Mourão vem uma singela, mas tocante homenagem ao santa-cruzense que foi uma das 242 vítimas que tiveram as vidas ceifadas na tragédia na Boate Kiss. A Câmara de Vereadores local aprovou no dia 10 do mês passado um projeto de lei que nomina uma rua do município com a alcunha de Matheus Rafael Raschen. “O projeto foi do vereador Toninho Machado, aprovado pela Câmara, e o decreto foi assinado pela prefeita e publicado no dia 11 de junho. Em 2010, quando o Matheus defendeu a equipe juvenil e adulta de Campo Mourão, conquistoumuitos títulos”, conta Nestor Raschen, pai do jovem que faleceu na noite de 31 de janeiro.
Assim como a Santa Cruz do Sul da década de 90, a Campo Mourão de hoje vive intensamente o basquete. Antes de fixar residência em Santa Maria, para estudar Tecnologia em Alimentos na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e dar um tempo na carreira de atleta, Matheus foi destaque em solo paranaense, conquistando uma grande nominata de títulos.
“Lá ele foi campeão da Copa do Brasil, campeão paranaense, campeão da Taça Paraná, campeão da Copa Fecam, vice-campeão dos Jogos Abertos, vice-campeão dos Jogos da Juventude e ainda obteve uma convocação para a Seleção Brasileira sub-18”, relembra, saudoso, o pai Nestor. A previsão é que a antiga “Rua Projetada 4”, em Campo Mourão, receba a placa com o nome do homenageado até o final deste mês.
Campo Mourão: uma cidade onde se respira basquete
Não à toa, Matheus se identificou muito com a realidade de Campo Mourão. Sem equipes competitivas de futebol ou futsal, o basquete centraliza completamente as atenções na cidade de cerca de 90 mil habitantes localizada no norte do Paraná. Os dias de jogos são quase feriados, lotando por completo o ginásio da Fecam, que tem capacidade para cerca de 4 mil pessoas. No time local, atuam ainda dois ex-atletas do Corinthians: o armador Djair e o pivô Mirim, que são ídolos por lá.
Em 2012, a união de esforços que formou a equipe Santa Cruz/Corinthians chegou a duelar na Copa Sul contra o Campo Mourão por três vezes, duas delas no Paraná. A fase final da competição inclusive aconteceu lá. À época, Matheus era grande entusiasta do projeto e até pensou em retornar ao esporte caso houvesse uma forte retomada do basquete em Santa Cruz do Sul, para jogar em casa.
Na final da Copa Sul, a Gazeta do Sul acompanhou o Santa Cruz/Corinthians in loco. Os apoios à modalidade vêm da terceira maior cooperativa do Brasil, a Coamo – beneficia milho e soja – e da Prefeitura, via Conselho Municipal de Esporte Mourãoense.
A tragédia
A tragédia da boate Kiss ocorreu na madrugada de 27 de janeiro. A perícia apontou que o fogo começou após um dos integrantes da banda Gurizada Fandangueira, que se apresentava na casa, usar um sinalizador durante o show. A faísca atingiu a espuma de poliuretano que revestia o teto para o isolamento acústico, que entrou em combustão.
Além das mortes, o gás tóxico e as chamas deixaram 622 feridos. Matheus faleceu por complicações respiratórias na noite de 31 de janeiro. O velório aconteceu no ginásio do Corinthians.
Última vítima internada recebe alta
A estudante Ritchieli Pedroso Lucas, de 19 anos, recebeu alta no final da manhã de terça-feira do hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre. Na foto, a estudante aparece cercada pela equipe médica, de jaqueta preta, no centro da imagem. Ela era a última sobrevivente do incêndio na Kiss que ainda estava internada.
A estudante tinha sido hospitalizada no dia 27 de janeiro, no mesmo domingo da tragédia que matou 242 pessoas. Ritchieli está no primeiro semestre de Ciências Biológicas na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

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